A Seca
04 de
maio de 2013
Vamos
começar o programa de hoje com uma reflexão sobre a seca que está assolando o
sertão do nordeste brasileiro, esta região onde a sanfona de 8 baixos se
diferencia por sua afinação própria, e trouxe tanta alegria ao povo nordestino.
Hoje esse mesmo sertão que é de festa e de poesia, passa por um momento de dor
e sofrimento provocado pela seca.
Esse fenômeno que é previsível, e afeta o
nosso sertão de clima semi-árido com períodos de escassez de chuvas. É um ciclo
natural da região, portanto, pode ser prevenido ou minimizado.
O sofrimento que a seca tem causado não é
culpa da natureza, mas consequência de políticas públicas que se repetem à
séculos sem resultados duradouros, porque são políticas assistencialistas, que
não procuram a solução do problema em sua prevenção, mas apenas tirar proveito
eleitoral e político com essa verdadeira indústria da seca. Até quando a
questão da seca será tratada desta forma, sem a preocupação com as populações
que moram nestas terras e morrem à míngua nestes períodos de escassez?
Se houver interesse esse problema
pode ser contornado e as pessoas podem aprender a conviver com ele sem tanto
sofrimento. Porque, como já dissemos, é um ciclo natural, previsível.
Um dos primeiros registros da seca é
de 1552. Outra grande estiagem aconteceu em 1583, e atingiu até o litoral de
Pernambuco, e foi descrita pelo jesuíta Fernão Cardim. E assim, outras grandes
secas se sucederam até os dias de hoje, como as que aconteceram nos anos de
1919, 1931, 1942 a 45, 1958 a 60, 1979 até 84, 1997. Como está comprovado, esta
seca que estamos vendo acontecer não é um fenômeno isolado, mas faz parte das
características geográficas da região do semi-árido que atravessa 8 estados.
A solução não está só em mega
projetos faraônicos, mas o sertanejo pode se valer de soluções com as quais já
convive há muito tempo, como a construção de cisternas, perfuração de poços,
construção de barragens trincheiras ou barragens subterrâneas.
Por esses dias soubemos que choveu
em algumas áreas do sertão, mas a seca está consolidada. Esperamos que os
governantes tenham uma atitude digna para com o povo que os elegeu, procurando,
além de solucionar os problemas desta conjuntura, encontrar soluções
preventivas possíveis, executando-as com responsabilidade e respeito.
Anselmo
Alves e Lêda Dias
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